Mindfulness é um estado presente no qual nos tornamos conscientes dos nossos próprios pensamentos, emoções e ações, sem qualquer tipo de julgamento. Tal estado favorece a concentração, a calma e a geração de emoções positivas, entre outras consequências positivas.
Para entender melhor o que é o mindfulness, é útil falar do seu contraste: mindlessness - um estado mental caracterizado por pensamentos dispersos, ausência do momento presente, julgamento, egoísmo ou arrogância, necessidade de controlo (sobre pessoas ou situações) e de perceber outras falhas das pessoas, sem que haja uma auscultação de si mesmo. Esse estado torna-nos propensos à raiva, mudanças de humor, depressão, confusão, pensamento nublado e fadiga. Portanto, o mindfulness e a sua prática ajudam a evitar e a reduzir o impacto negativo de tais experiências subjetivas na nossa saúde e bem-estar.
O mindfulness envolve quatro aspectos psicológicos: consciência, atenção, aceitação e orientação para o presente.
Consciência é a capacidade de filtrar, observar e perceber a nossa realidade, tanto interna como externa. Atenção é o "músculo" cognitivo que dirige o que focamos ou percebemos de maneira mais consciente.
A aceitação, por sua vez, é a experiência subjetiva de monitorizar e perceber a realidade sem julgamento e sem resistência, enquanto a orientação para o presente é nossa capacidade de ancorar a nossa atenção na nossa experiência humana do momento (pensamentos, sentimentos, comportamentos).
Se queremos desenvolver um estado consciente, precisamos fortalecer estes quatro mecanismos cognitivos que integram o mindfulness. Embora não seja fácil, a prática contínua de aumentar a nossa consciência, observação e não julgamento de qualquer situação, acabará por fortalecer a própria prática do mindfulness e, por sua vez, aumentar a facilidade com que nos podemos tornar conscientes no momento presente. Como podemos, então, conseguir isso? Como podemos desenvolver essas habilidades?
Em primeiro lugar, devemos implementar um conjunto de estratégias físicas e mentais, como praticar a respiração consciente e envolver ativamente a mente, sem julgamento e sem resistência. Vamos então agora abordar formas pelas quais podemos desenvolver cada um dos aspectos mencionados.
Consciência
Uma maneira de aumentarmos o nosso senso de consciência é cultivar a quietude. Tente encontrar um lugar tranquilo, onde possa sentar-se confortavelmente e que saiba que não será perturbado - ou pelo menos, onde terá distrações mínimas. Guarde qualquer dispositivo (por exemplo, telemóvel) e olhe em volta. Vamos desafiar a sua percepção e envolver os seus cinco sentidos.
• O que vê?
• O que cheira?
• O que ouve?
• O que consegue saborear?
• O que sente na pele?
Agora vamos olhar para dentro. Feche os olhos e observe o que está a acontecer no seu corpo. Ainda está calmo? Sente frio? Quente? Está com sede? Gostaria de mover uma parte do seu corpo, para ficar mais confortável? Como se sente hoje? Que pensamentos o visitam?
Atenção
A atenção é um dos aliados mais importantes da meditação. Ela literalmente guia e sustenta a nossa prática de mindfulness. Eu sempre digo que onde quer que a sua atenção vá, a sua energia fluirá, por isso é muito importante escolher algo para focar a sua atenção, especialmente quando inicia a sua sessão de meditação. Se não escolher nada em particular, há uma maior probabilidade de a sua mente se “desviar” da prática meditativa.
Embora algumas pessoas recomendem focar a sua atenção numa vela ou na sua própria respiração, eu sugiro que explore o tipo de "objeto" que funciona melhor para si. Algumas pessoas usam mantras, outras usam palavras, sons e até símbolos ou imagens. Leve o seu tempo para descobrir o que funciona melhor para si. A recomendação padrão pode atrapalhar a sua prática, portanto, é mais seguro levar algum tempo para explorar e escolher o seu objeto de atenção.
Aceitação
Quando medita pela primeira vez e enquanto é novo na prática, é normal questionar e ter dúvidas sobre se está fazendo certo ou errado. Provavelmente já pode adivinhar a resposta: não há certo ou errado aqui, porque a meditação mindfulness é uma experiência muito subjetiva. Como tal, só precisa de estar ciente e integrar os seus principais princípios: consciência, atenção, aceitação e orientação para o presente.
Se se consegue sentar e meditar por 5 ou 30 minutos, isso é totalmente irrelevante neste momento. O aspecto importante a reter aqui é que a sua experiência é subjetiva e, portanto, muito pessoal. É o que é. Se conseguir passar por uma sessão completa de 5 minutos pela primeira vez, isso é ótimo. E se não, tudo bem também. Aceite qualquer que seja a sua experiência e observe sempre que o seu “eu judicioso” aparecer para criticá-lo. O objetivo é deixar de lado qualquer julgamento e estar com a sua experiência tal como ela é.
Orientação para o Presente
Quando não treinada, a nossa mente fica muito interessada em viajar no tempo. Viaja para o passado ou para o futuro, e raramente está no presente. Embora o excesso de passado esteja geralmente associado à depressão e o excesso de futuro ligado à ansiedade, o momento presente é tudo com o qual realmente precisamos trabalhar. Não podemos mudar o passado e não podemos controlar o futuro. Apenas podemos estar no Presente, viver no agora, e nutrir as sementes que queremos ver crescendo.
Neste sentido, acho que os cinco princípios de Reiki podem ser muito úteis quando se trata de cultivar a orientação pessoal para o Presente. Estes são:
- Só por hoje, seja grato.
- Só por hoje, deixe de se preocupar.
- Só por hoje, solte a raiva.
- Só por hoje, trabalhe honestamente.
- Só por hoje, seja gentil.
Cada um destes princípios ajuda-me a concentrar e a manter-me no momento presente. Outra maneira que normalmente me ajuda a estar no “agora” é expandir continuamente a minha consciência. Para isso, eu estimulo os meus cinco sentidos ou presto atenção às sensações do meu corpo.
Lirion do Serviço Magnético
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